Pra falar de tecnologia em Diabetes, quero contar um pouquinho de um assunto que eu estava devendo por aqui: o meu “pâncreas artificial”, deixando claro que é a minha experiência, que não há conflitos de interesse nessa abordagem e que, embora chamado de pâncreas artificial, há controvérsias nessa definição, considerando que ele não faz tudo sozinho (exige atuação do usuário).
O Android APS é um aplicativo que “conversa” (bomba de insulina + app + sensor de glicemia + transmissor) com o sistema de infusão de insulina (bomba), de forma ainda não regulamentada, com uma série de funções que eu sentia falta na minha bomba, modelo que não teve upgrades nos últimos anos. Vou dar alguns exemplos das funcionalidades:
- Ajuste de insulina basal automatizado (a insulina basal é ajustada conforme a necessidade);
- Refeições sem a exigência de menção na quantidade total de carboidratos (um sonho, né), com administração de micro doses de insulina na tendência de aumento glicêmico;
- Tela com status de tempo de uso de cateter e reservatório (pra troca dentro do prazo), de uso do sensor, tempo de bateria, horários e doses administradas (gerando relatórios bem completos), além de configurações simplificadas para exercícios e até a possibilidade de acesso aos pais e profissionais de saúde de forma remota.
Tudo isso pode ajudar muito num tratamento que requer tanto do paciente e seus familiares/cuidadores, mas claro que também há pontos negativos como desconexões/perdas de leitura nos piores momentos, sensor + transmissor + cateter colados na pele 24h por dia e a necessidade de bastante engajamento no tratamento, pois o processo de configuração é lento/trabalhoso, mas necessário para que esse sistema seja seguro e eficiente.
De forma geral, todas essas funções (entre outras) aumentam nosso tempo no alvo de forma considerável!
Tem alguma dúvida? Você usa? Usaria?
Carolina Macedo, nutricionista e Educadora em Diabetes
CRN 29096